quinta-feira, 1 de setembro de 2011

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO


Professora: Maria de Jesus Trindade Rocha
Turma: Concurso- Secretário de Escola
Turno: Manhã, Tarde e Noite

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
Sociedade:
Que sociedade vivemos? Quais seus vínculos históricos? Quais os maiores desafios para o futuro? Nossa sociedade é organizada de forma justa?Qual o papel de nosso aluno na sociedade?O que pode ser mantido e o que pode ser alterado em nossa sociedade?

Escola
Qual o papel da escola em nossa sociedade? Como a transmissão de conhecimentos científicos/escolares foi sendo utilizada pelas políticas públicas de educação?Quando a escola surgiu e porque foi instituída na sociedade? Que papel a escola assumiu ao longo do tempo? Existe escola para todos?

Aluno
Quem é o nosso aluno? Conhecemos de fato os alunos com quem trabalhamos? Quais as características apontadas nos livros? Existe um aluno ideal? Como são constituídas as famílias de nossos alunos?Qual é o meio em que ele vive? Como caracteriza a comunidade escolar? O que sabemos sobre alguns aspectos da vida de nossos alunos como: alimentação, lazer, doenças, amizades, músicas, gostos problemas, soluções?O que nossos alunos pensam do futuro? Possuem projeto de vida de sociedade, de vida pessoal?

Professor
Quem é o nosso professor? Conhecemos os posicionamentos dos nossos professores? Qual a formação inicial dos professores?Acreditamos e defendemos a formação continuada? Quais os assuntos que nossos professores mais dominam? Conhecemos os projetos dos professores para a escola? Quais são eles? Quais suas condições de trabalho?

Funcionário
Quem é o nosso funcionário?Conhecemos o trabalho de funcionário? Conhecemos os projetos dos funcionários?Eles participam das decisões tomadas pela escola?Qual a participação do funcionário na aprendizagem dos discentes?

n  SOCIEDADE/ESCOLA/ALUNOS/PROFESSORES/
FUNCIONÁRIOS
n  1 - O QUE TEMOS?
n  2 - O QUE QUEREMOS?



]Projeto Político Pedagógico- O que é?
O Projeto Político Pedagógico é uma forma de trabalho que contempla a organização e a sistematização do processo de ensino, servindo como orientador dos objetivos e das diretrizes a serem alcançados, através da educação escolar.

É a própria organização do trabalho pedagógico escolar como um todo, em suas especificidades, níveis e modalidades.
-supõe reflexão e discussão crítica sobre os problemas da sociedade e da educação para encontrar as possibilidades de intervenção na realidade;
-busca a transformação da realidade social, econômica, política;
-exige e articula a participação de todos os sujeitos do processo educativo: professores, funcionários, pais, alunos e outros para construir uma visão global da realidade e dos compromissos coletivos;
-alicerça o trabalho pedagógico escolar enquanto processo de construção contínua: nunca é pronto e acabado;
-fundamenta as transformações internas da organização escolar e explicita suas relações com as transformações mais amplas (econômica, social, política, educacional e cultural);
-é o anúncio do devir, do que foi sonhado coletivamente e que pode passar do sonho à ação;

O ser humano é, naturalmente, um ser da intervenção no mundo à razão de que faz a História. “Nela, por isso mesmo, deve deixar suas marcas de sujeito e não pegadas de objeto.”
                                                                        Paulo Freire, 1997, p. 119
O que não é?
-um agrupamento de planos de ensino e de atividades diversas;
-algo construído para ser arquivado;            
-pronto e acabado para ser encaminhado às autoridades educacionais;
-tarefa específica do pedagogo, do coordenador pedagógico ou do Diretor.

Aspectos Relativos ao Projeto Político Pedagógico
-Quanto à concepção o PPP:
-É um processo demonstrativo de decisões;
-Preocupa-se em instaurar uma forma de organização de trabalho pedagógico que desvele os conflitos e as contradições;
-Contém opções explícitas na direção da superação de problemas no decorrer do trabalho educativo voltado a uma realidade específica;
-É construído continuamente pois enquanto produto é também processo, incorporando ambos numa interação possível.

As Relações de trabalho calcadas nas atitudes de:
-Solidariedade;
-Reciprocidade;
-Participação coletiva;
-Dialógica;
-Descentralização do Poder;
-Emancipatória;
-Transformadora;
-Ética

Itens de um Projeto Político Pedagógico
1. FOLHA DE ROSTO - deve conter os dados de identificação do projeto: Nome da Instituição Educacional; Proposta Pedagógica (PPP); Título do projeto (Ao elaborar o Projeto Pedagógico a instituição escolar deve escolher um título que situe, caracterize e evidencie a sua identidade, ou seja, a sua marca para a comunidade); Local e data.
2. SUMÁRIO - relação das partes principais do projeto e suas respectivas páginas, objetivando facilitar a localização e o acesso às parte em que o projeto foi dividido.
3. APRESENTAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO - faz-se neste item a apresentação do projeto, informando ao leitor as características gerais do mesmo e como este foi estruturado/organizado: em quantas partes está dividido e uma explanação breve sobre cada uma dessas partes.
4. INTRODUÇÃO - deve explicar a proposta de trabalho, enfatizando-se as etapas de elaboração desta proposta e os principais sujeitos envolvidos, deixando claro os níveis e as modalidades de ensino atendidos, como a instituição atende aos fins e princípios presentes na legislação educacional, nacional e regional, em vigor da, descrever a realidade antes da proposição/implantação da proposta e as principais mudanças e condições necessárias à alteração dessa realidade.
5. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO - da mantenedora e da instituição educacional – nome, endereço completo, telefone, fax, e-mail, data de fundação/criação, níveis/modalidades de ensino atendidos, turnos de funcionamento.
6. MISSÃO - indica as finalidades, a razão de ser da instituição. Responde à questão: Para que esta instituição de ensino existe?
7. HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL - apresenta a trajetória da instituição. É interessante destacar as principais ações/projetos, as experiências bem sucedidas e os seus sujeitos mais importantes. Para contextualizar pode-se apresentar inicialmente o histórico da comunidade.
8. DIAGNÓSTICO - retrato da realidade e do contexto onde está inserida a instituição, destacando até que ponto a instituição está contribuindo ou poderá contribuir com mudanças na realidade/contexto em que está inserida.
9. OBJETIVOS - definem as prioridades que direcionarão o trabalho da instituição, tendo em vista as informações destacadas no diagnóstico.
10. PRINCÍPIOS NORTEADORES - epistemológicos; didático-pedagógico, éticos e estéticos.
11. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA - descrição das instalações físicas, dos recursos humanos e financeiros (e suas fontes), níveis e modalidades de ensino oferecidos.
12. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR - neste item deve-se demonstrar de que maneira o coletivo da escola desenvolverá o seu trabalho.
13. AVALIAÇÃO - apresenta o sistema de avaliação (os princípios epistemológicos e os critérios/instrumentos de avaliação) a ser adotado pela instituição com relação ao processo de ensino e de aprendizagem, bem como com relação à execução do projeto político-pedagógico em questão.
14. PROJETOS ESPECIAIS ESPECÍFICOS – neste item poderá ser inserido o P.I.- Projeto de Intervenção.
15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS – relacionar os livros, publicações, documentos, entre outros, consultados para a elaboração do Projeto Pedagógico.
Texto:"O Projeto político-pedagógico da escola na perspectiva de uma educação para cidadania"- Moacir Gadotti
O texto no primeiro parágrafo página 2, fala sobre o projeto político-pedagógico tornar-se instituinte. Tal colocação é de fundamental importância já que há uma acomodação muito grande por parte de muitos profissionais em deixar o que já está instituído permanecer.
É necessário agitação para fazer mudanças quando necessárias, em prol de um projeto mais vivo, mais ligado à realidade e que possa realmente interferir na mesma.
O cenário escolar é marcado fortemente pelas diversidades, por que além se tratar de um ambiente que pode e deve abrigar diversas pessoas, diversas particularidades, também agora mais do que nunca abriga diversas culturas. Por esse e outros motivos, a escola é resultado de suas próprias contradições e evolução, por isso é impossível saber exatamente qual será o resultado do projeto. Ao invés da pretensão de achar que o projeto irá cobrir toda e qualquer situação que vier a surgir na rotina da escola, é necessário que haja maior flexibilidade, criatividade, diálogo para complementar o projeto quando necessário e modificá-lo sempre que preciso. A nossa educação multicultural necessita também de uma pluralidade de projetos.
Por esses motivos não há como existir um padrão de projeto para orientar as escolas, cada um deve ser criado e modificado de acordo com as especificidades de cada escola.
O ambiente escolar deve ser dotado de autonomia e gestão democrática, pois esses fatores devem fazer parte do próprio ato pedagógico.
O texto cita duas razões para justificar a implantação de um processo de gestão democrática na escola pública:
1ª A escola deve formar para cidadania, por isso a prática da democracia deve fazer parte do cotidiano da escola, pois esta está a serviço de algo bem maior que ela mesma, os indivíduos e o mundo que o cerca.
2ª Também por que esse tipo de gestão promove melhora no próprio funcionamento da escola, como diz o texto: "o que é específico da escola", o seu ensino. Pois dessa forma os atores que delam fazem parte terão um contato mais próximo, aprendendo mutuamente e notando mais rapidamente suas necessidades.
O texto relata como o aluno deve ser parte atuante da escola e não “mero cliente" da mesma, muito relevante pois o aluno deve ser sujeito da sua aprendizagem e isso ocorre a partir do momento que ele cria sua identidade na escola, interage com os que o instruem, com os colegas, etc. Esse aluno através dessa participação ativa tem maiores chances de adquirir um conhecimento mais profundo, pois ele mesmo também o construirá.
Há várias limitações à implementação de um processo democrático na escola, mas o projeto depende sobretudo de ousadia por parte dos seus agentes e da própria escola.
Todo projeto pode gerar rupturas mas é preciso coragem para atravessar a instabilidade em busca de uma melhoria do projeto político-pedagógico.
Como o texto diz, muito da acomodação dos agentes da escola e da escola em sim, em não mudar ou não colocar em prática de fato um projeto inovador, é por não acharem que as forças políticas "de cima" mudarão ou se empenharão com a causa mas elas dificilmente mudarão mesmo, se não houver pressão "dos de baixo", se não houver uma conscientização e formação cívica coletiva.
Talvez por não ainda conseguir montar a democracia realmente, nas escolas e também por ser o nosso sistema educacional burocrático e ineficiente, surgiu a "escola cidadã" e seus eixos norteadores são: Integração entre educação e cultura, escola e comunidade, democratização nas relações de poder dentro da escola, enfrentamento da questão da repetência, avaliação, implementação da visão interdisciplinar e transdisciplinar e a formação permanente dos educadores.
Na verdade, essa deve ser uma maneira de "remediar" e adiantar a nossa educação pública enquanto a educação pública democrática, com os mesmos objetivos não chega.
Terminarei os comentários sobre esse texto, citando o 3º item que a autora coloca na última página, de uma das lições sobre os ideais de uma escola pública popular e diz: "A educação para todos supõe todos pela educação".
É muito interessante esta frase mesmo que simples, pois não é possível a escola que tanto idealizamos sem a participação conjunta, sem o interesse e conscientização mútua dos agentes da instituição e de todos os outros que fazem parte da rede educacional.
Podemos fazer pequenas mudanças sempre mas não podemos esquecer o sonho de uma grande mudança!

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